A Visiona, empresa brasileira criada em conjunto pela Embraer e Telebras, divulgou as imagens obtidas pelo VCB1, primeiro satélite de alto desempenho projetado e produzido pela indústria nacional, tendo software embarcado e câmera reflexiva 100% brasileiros.

O satélite de sensoriamento remoto produziu imagens de Brasília (DF), Barcarena (PA), Mossoró (RN), São Paulo (SP) e Manaus (AM).

No âmbito do projeto foi desenvolvida pela primeira vez no Brasil uma câmera reflexiva, a OPTO 3UCAM.

Além disso, todo o software embarcado, ou seja, os programas que fazem com que o satélite funcione, foi produzido no país. A Visiona enfatizou que esses avanços se traduzem “na autonomia completa do projeto”.

João Paulo Rodrigues Campos, diretor-executivo da Visiona, contou que “o VCUB1 pode ser utilizado para questões que são centrais ao País como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”.

“Além da geração de novas oportunidades de negócios, ampliação da infraestrutura espacial brasileira e geração de empregos”, continuou.

O nanossatélite pode ainda ser utilizado em tarefas de inteligência e defesa.

O diretor de tecnologia da empresa nacional, Himilcon Carvalho, destacou que “o domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto”. “Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, continuou.

A Visiona Tecnologia Espacial foi criada em 2012 enquanto uma joint-venture (empreendimento conjunto) da Embraer com a Telebras, que é estatal, para especializar-se em integração de sistemas espaciais e serviços baseados em satélites.

O VCUB1, considerado um nanossatélite, tem 12kg e carrega a câmera reflexiva OPTO 3UCAM, a primeira a ser projetada e produzida no Brasil.

Esse equipamento, segundo o Grupo Aker, empresa de engenharia brasileira responsável por esta parte do projeto, tem resolução de até 3 metros e tem uma faixa de varredura de 14 quilômetros.

A empresa ressaltou a flexibilidade da câmera, que pode se adequar a diferentes serviços.

Cesar Silva, diretor-executivo da Akaer, disse que “o desenvolvimento do VCUB1 e da OPTO 3UCAM reflete o potencial da indústria nacional e a importância das colaborações para o avanço da infraestrutura espacial brasileira”.

“Estamos orgulhosos de contribuir com a nossa expertise para o fortalecimento do Programa Espacial Brasileiro”, continuou.

O lançamento do satélite VCUB1 ocorreu em abril de 2023 e, desde então, os equipamentos vêm sendo calibrados para sua perfeita utilização.

O projeto contou com a colaboração da Agência Espacial Brasileira (AEB), Embrapa, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Transpetro, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), entre outros institutos e empresas.