Arqueólogos na Dinamarca descobriram uma tecnologia avançada de construção em uma moradia neolítica na ilha de Falster: uma despensa em um porão com piso de pedra.
Atualmente, construções com piso de pedra são comuns, mas há 5 mil anos eram tecnologias avançadas. Não por acaso, os arqueólogos do museu de Lolland-Falster e da Universidade de Aarhus evidenciaram a tecnologia no título do estudo sobre a descoberta.
“Porão com Piso de Pedra na Idade da Pedra? Evidências Arqueológicas de Construção Subterrânea Neolítica em Nygårdsvej 3, Falster, Dinamarca” é o título do estudo publicado na quinta-feira (10).
A surpresa no título se dá porque a Escandinávia havia adotado o modo de vida sedentário pouco tempo antes da construção.
As escavações no local descobriram duas fases de construções de casas com designs comuns da Cultura do Funil de Cerâmica – que surgiu na Europa há 4 mil anos –, com pilares no interior da casa dando suporte a um grande telhado duplo.
A primeira fase tinha 38 perfurações para pilares e colunas, enquanto a segunda fase tinha 35, indicando um grande planejamento arquitetônico.
A localização também aponta para um planejamento arquitetônico. Por ficar em uma certa elevação, a construção oferece uma visão estratégica da região e se mantendo acima da área de inundações.
Despensa em porão de casa neolítica De acordo com o estudo, construções desse tipo não eram comuns na Dinamarca neolítica, então os arqueólogos definiram o local como uma despensa de porão.
“Em partes, o design é semelhante a câmaras de túmulos ou dolmens, com uma entregada prolongada e uma câmara rebaixada. Embora seja possível que a construção se inspire nos tipos de túmulos megalíticos, essas casas não foram simplesmente construídas em cima de túmulos, pois não encontramos vestígios que indicassem a possibilidade”, diz o estudo.
Em contrapartida, os arqueólogos encontraram mais de mil artefatos no local, incluindo potes de cerâmica e dois ouriços-do-mar petrificados.
Desse modo, os arqueólogos afirmam que a construção na Dinamarca pode ser interpretada como uma casa que tinha uma despensa no porão durante o período neolítico.
Se essa interpretação estiver correta, a despensa no porão pode representar um salto tecnológico significativo em termos de preservação de recursos.
As temperaturas subterrâneas são muito mais estáveis porque o vento não chega ao porão, permitindo um melhor armazenamento de comida e sendo uma vantagem em uma sociedade recém-agrícola.
Às vezes penso como é impressionante como evoluímos pouco em certos sentidos, mesmo nesses milhares de anos e com tanta informação a mais. A máquina de vapor do Heron de Alexandria, o mecanismo de Antikythera, calendários lunares e até mesmo essa novidade sobre armazéns mais sofisticados. Ficamos parados no tempo, mesmo podendo ter avançado um tanto mais. Deveria ser ainda mais interessante para os arqueólogos do séc. XIX, que estavam descobrindo métodos sofisticados enquanto os seres humanos tentavam fazer a primeira máquina computadora com o Charles Babbage. Talvez por isso o Antigo Egito tenha um efeito tão importante na cultura atual, pois no séc XIX eram tão comuns as expedições ao Egito.